Carlos Marighella

Com o recrudescimento do regime militar, os órgãos de repressão concentraram esforços em sua captura. Na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, sendo morto a tiros por agentes do DOPS, em uma ação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.
A proximidade de Marighella e de outros membros de organizações armadas com os frades Dominicanos no bairro das Perdizes, na Zona oeste da cidade de São Paulo, era conhecida por agentes norte-americanos desde dezembro de 1968, informada pelo frei Edson Braga de Souza.
Os norte-americanos tomaram conhecimento das relações de Marighella com os frades através das investigações motivadas pelo assassinato de Charles Chandler em 1968.
Na noite de 1 de novembro de 1969 os frades Ivo e Fernando de Brito tomaram um ônibus para o Rio de Janeiro, onde eles tratariam do apoio a militantes vindos de Cuba. No dia seguinte foram presos e levados para o prédio do Ministério da Marinha, onde, no quinto andar, ficava a central de torturas do Cenimar. Após serem submetidos a violentas e bárbaras sessões de tortura comandas pelo delegado Sérgio Fleury, soube-se que os frades tinham um encontro marcado com Marighella para o dia 4 de novembro. Na madrugada de 4 de novembro, Fleury invadiu o convento dos Dominicanos e prendeu mais cinco frades.
Corpo de Marighella no banco traseiro do veículo
Em uma emboscada preparada a partir das informações obtidas por meio da tortura dos religiosos, Fleury obrigou os frades a confirmar o encontro com Marighella, e o frade Fernando o fez. Eles tinham um código que auxiliou na emboscada: "Aqui é o Ernesto. Esteja hoje na gráfica". O encontro foi marcado na Alameda Casa Branca, uma rua próxima à Avenida Paulista, na cidade de São Paulo.
No dia do encontro, havia uma caminhonete com policiais e um automóvel, com supostos namorados (onde Sérgio Fleury disfarçou-se), além do fusca com Fernando e Ivo.
Ao chegar na Alameda, às 20h, dirigiu-se ao Fusca e entrou na parte traseira. Frei Ivo e Fernando saíram rapidamente do carro e se jogaram no chão. Percebendo a emboscada e reagindo ao tiroteio iniciado por Fleury imediatamente reagiu à prisão e foi morto. Segundo Elio Gaspari, Marighella portava um revólver Taurus calibre .32 com cinco balas. Já de acordo com Mário Magalhães, Marighella estava desarmado. Ambos os autores narram que Marighella estava com cápsulas de cianeto de potássio.
Além de Marighella, outras três pessoas foram atingidas na emboscada:
