Martin Luther King Jr.

Eu Tenho um Sonho
King discursou por dezessete minutos, uma exibição que mais tarde seria conhecida como "Eu Tenho um Sonho" (em inglês: I Have a Dream). Na passagem mais famosa do discurso — a qual ele dispensou o texto pré-preparado, possivelmente por solicitação de Mahalia Jackson, que gritou atrás dele: "conte a eles sobre o sonho!" — King disse:
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.
Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.
Eu tenho um sonho hoje!— Martin Luther King Jr.
"Eu Tenho um Sonho" é considerado um dos discursos mais refinados na história da oratória dos Estados Unidos. A marcha, e especialmente a fala de King, ajudou a colocar os direitos civis no topo da prioridade dos reformadores dos EUA e facilitou a implementação da Lei dos Direitos Civis de 1964.
A cópia original do discurso escrita em máquina de escrever, incluindo notas à mão de King, foi descoberta em 1984 sob os pertences de George Raveling, o primeiro treinador de basquete afro-americano da Universidade de Iowa. Em 1963, Raveling, então com 26 anos, estava perto do pódio onde King discursou, e imediatamente após a fala perguntou ao líder civil se poderia ter a cópia do discurso. King aceitou.
Prêmios e reconhecimentos
King mostrando sua medalha, a qual ele recebeu do prefeito Robert F. Wagner Jr
King foi premiado com ao menos cinquenta graus honorários de diferentes colégios e universidades. Em 14 de outubro de 1964, King tornou-se (na época) o mais jovem ganhador do Prêmio Nobel da Paz, o qual foi dado a ele por causa de papel na liderança da resistência não violenta contra o racismo nos EUA. Em 1965, ele foi galardoado com o American Liberties Medallion pelo American Jewish Committee por seu "avanços excepcionais nos princípios da liberdade humana". Ao aceitar, King observou: "Liberdade é uma coisa só. Ou você tem ela por completo ou não é livre".
Em 1957, ele foi premiado com a Medalha Spingarn pela NAACP.[282] Dois anos depois, ele ganhou o Prêmio Anisfield-Wolf por seu livro Stride Toward Freedom: The Montgomery Story.[283] Em 1966, a Planned Parenthood Federation of America premiou King com o Prêmio Margaret Sanger por "sua corajosa resistência ao ódio e sua longa dedicação para o avanço da justiça social e dignidade humana".[284] Também em 1966, King foi eleito membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos.[285] Em novembro de 1967, ele fez uma viagem de um dia pelo Reino Unido para receber prêmios honorários da Universidade de Newcastle, sendo o primeiro afro-americano em receber tal honra por esta universidade. Em um discurso improvisado ao receber o prêmio, King disse:
Há três grandes e urgentes problemas que temos que enfrentar não apenas nos Estados Unidos mas em todo mundo hoje. São os problemas do racismo, da pobreza e da guerra.
Em 1968, Coretta Scott King fundou a Martin Luther King Jr. Center for Nonviolent Social.
Além de ter sido indicado para três Prêmios Grammy, o líder civil ganhou postumamente o Prêmio de Melhor Discurso por sua fala "Por que me oponho à guerra no Vietnã".
Em 1977, a Medalha Presidencial da Liberdade foi postumamente dada a King por Jimmy Carter. Ele justificou:
Martin Luther King Jr. foi o porta voz de sua geração. Ele viu-se diante da grande parede da segregação e percebeu que o poder do amor poderia levar a sua queda. Da luta e exaustão para cumprir as promessas de nossos pais fundadores ajudando os cidadãos mais humildes, ele fez sua declaração eloquente sobre seu sonho para os EUA. Ele fez nossa nação mais forte porque ele a tornou melhor. Seu sonho ainda nos sustenta.
King e sua esposa também foram premiados com a Medalha de Ouro do Congresso em 2004.
King foi considerado a segunda pessoa mais admirada do século XX pela lista Gallup. Em 1963, ele foi nomeado pela revista Time com a pessoa do ano e, em 2000, ele ficou em sexto lugar como "Pessoa do Século" em uma votação pela mesma revista King ficou em terceiro lugar como o maior cidadão da história dos EUA em um concurso feito pelo Discovery Channel e o AOL.
